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domingo, 18 de janeiro de 2015

Srila Bhakti Sundar Govinda Dev-Goswami Maharaj - Sannyasa day


   Em honra ao dia de sannyasa de Sua Divina Graça Srila Bhakti Sundara Govinda Dev-Goswami Maharaja em 6 de novembro de 1985, seguido do dia do aparecimento de Srila Bhakti Rakshaka Sridhara Dev-Goswami Maharaja, foi oferecido um breve foto jornal, feito por Swami B.K. Giri, para a satisfação de nossos mestres divinos e seus devotos, amigos e seguidores.
 


   Srila Bhakti Sundar Govinda Dev-Goswami Maharaja, um dia depois da cerimônia de sannyasa em novembro de 1985, preparando-se para falar da função realizada no Natha Mandira para comemorar o dia do aparecimento de Srila Bhakti Rakshakha Sridhara Dev-Goswami.
 
  
   No dia anterior, um barbeiro local foi chamado para ajudar Srila Govinda Maharaja  para sua cerimônia de sannyasa  raspando sua cabeça. Bhakti Kiron Giri Maharaj olha como o barbeiro faz o seu trabalho.
 
 
    Srila Govinda Maharaja, como ele apareceu em março de 1984. Ele tinha acabado de discutir alguns assuntos importantes da gestão do math com Srila Sridhara Maharaja, como é evidenciado pelos documentos e papéis ainda em sua mão.
 
    Srila Sridhara Maharaj solicitou seu irmão espiritual, Srila Bhakti Pramode Puri Maharajapara executar o sacrifício de fogo. Felizmente, ele o fez e é visto aqui na frente da coluna, lendo algumas instruções para o yajna (sacrifício).
 
 
    Srila Govinda Maharaja, também muito familiarizado com os procedimentos para a realização de sacrifícios de fogo, assiste cuidadosamente e não hesitou em emprestar sua própria orientação para a cerimônia.
 
 
 Na mesma linha com Srila Sridhara Maraj, Srila Govinda Maharaja, Srila Puri Maharaj, Srila (Kiron) Giri Maharaja.
 
    Srila Sridhara Maharaja estava esperando na sua varanda quando  o sacrifício de fogo terminou, após o qual Srila Govinda Maharaja veio e ofereceu dandavats ao seu Divino Mestre. Vários de nós também nos reunimos lá. Srila Sridhara Maharaja começou a glorificar o seva de Srila Govinda Maharaja e alguns de nós fizemos o mesmo. Srila Govinda Maharaja tomou seu assento em um tapete pequeno ao lado da cadeira do Srila Guru Maharaja. Guru Maharaja pediu-lhe para falar algo. Ele falou muito brevemente contando que o desejo de Srila Guru Maharaj,  por muito tempo, era que ele, Srila Govinda Maharaja, tomasse sannyasa, assim ele poderia transformar  tudo para ele e Govinda Maharaja finalmente aceitou, dizendo: "eu sou seu cabra, você pode cortar minha cabeça se quiser."
     Srila Govinda Maharaja então nos disse, "Eu sou o servo dos devotos". Ele tem provado isso ao longo de toda a sua vida.
 
  Após reunião com Srila Sridhara Maharaj, Srila Govinda Maharaja, acompanhado de todos os Sannyasis presentes, foi para a sacada do Natha Mandira para posar para esta foto.  
 
 
     Aqui Srila Bhakti Sundar Govinda Maharaj está de pé na sacada  do Natha Mandira no dia de sua cerimônia de Sannyasa, 6 de novembro de 1985. Todos os treze Sannyasis, na foto com ele, também tinham recebido sannyasa, ou nomes de sannyasa de Srila Sridhara Maharaja. Os nomes daqueles com ele, que me lembro, são (da esquerda para a direita): Bhakti Sripadas,  Bhakti Vedan Mahayogi , Bhakti Kanan Giri, Padmanaba, Bhakti Viraha Avadhuta , Bhakti Vijnana Bharati, Bhakti Kiron Giri, Bhakti Sudhira Goswami, Bhakti Ananda Sagara, Bhakti Aloka Paramadwaiti, Bhakti Abhaya Narayana, Bhakti Hrdaya Bom e outro que eu não lembro. 

Śrīla Bhakti Sundar Govinda Dev-Goswāmī Mahārāj no Face Book

Hare Krsna , haribol !

Essa página destina-se a glorificar a Srila Bhakti Sundar Govinda Dev-Goswami Maharaj, e compartilhar o seu acervo com todos                                                 




sábado, 27 de março de 2010

Nota de Condolências.



Hare krsna! Dandavats e Pranamas , queridos devotos

É com imenso pesar que toda a comunidade Vaishinava mundial recebe a pouco a notícia
de Sua Santidade Srila Bhakti Sundar Govinda Deva-Goswami Maharaj
na presensa de seus sannyasis cantado baixinho partiu para a morada transcendental de Sri
Sri Krsna e seus associados eternos...

Por volta de 4h e 30m de 27 de março de 2010 em
Dum Dum Parch Temple na cidade de Kolkata-India.

Logo após seu corpo santo foi levado diante das deidades da Sri Caitanya Saraswati Math e foram oferecida muitas flores,guirlandas, Kirtanas e orações...

Formou-se um comboio que se dirigiu a Navadwip Dhama para colocalo em Samadhi esta tarde.

Srila Bhakti Sundar Govinda Deva-Goswami Maharaj Ki Jaya !!!

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Today Srila Bhakti Sundar Govinda Dev-Goswami Maharaj passed away from our vision


At about 4:30am today, 27 March 2010, Srila Bhakti Sundar Govinda Dev-Goswami Maharaj passed away from our vision by his own sweet will and surrounded by sannyasis and servitors chanting softly. His holy form was presently taken with a convoy of vehicles from our Dum Dum Park Temple, Kolkata, to Nabadwip where this afternoon he will be given samadhi close to the Samadhi Mandir of his beloved Srila Guru Maharaj, Srila Bhakti Raksak Sridhar Dev-Goswami Maharaj.

2pm Nabadwip: Srila Gurudev's holy body was brought before the Deities here at Sri Chaitanya Saraswat Math. Accompanied by continuous kirttan, devotees garlanded His Divine Grace and offered flowers and prayers. Bathing took place just now on the plinth of the 'Temple of Union in Separation' where chanting continues.

Live online BlogTV broadcasts are taking place throughout the afternoon:
TVDarshan broadcast by Anukrishna Devi dasi of Russia
and vaisnavadarshan_tv broadcast by Nimai Chandra Prabhu.

Source: Sri Chaitanya Saraswat Math

Sobre o Dia do Atentado de 11 de Setembro

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Sobre o Dia do Atentado de 11 de Setembro

Por Sua Divina Graça Srila Bhakti Sundar Govinda
Dev-Goswami Maharaj

O que posso dizer hoje? Não sei. Ocorreu um grande desastre na América do Norte, e as pessoas no mundo inteiro sofrem por causa disso.

Sabemos que o ser humano é mortal, que tudo vem e vai. Quando nascemos, a morte também já vem atrás de nós. Mas ninguém pode convidar a morte dessa forma. A morte desagradável teve lugar. Não podemos tolerar isso, mas não tem outro jeito; isto é Kali-yuga, onde qualquer irreligião se torna poderosa. É verdade que toda religião nos ensina a não matar. Mas na medida em que Kali avança, tais atividades irreligiosas têm lugar. Sabemos que a morte virá um dia, mas a morte é inaceitável e é sempre muito dolorosa, apesar de inevitável.

Os shastras, as Escrituras, dizem que obtivemos este corpo que está próximo a nós, mas um dia esse corpo vai chegar ao ponto de ter de morrer. Guru Maharaj costumava citar um poema inglês: "A ostentação da nobreza, a pompa do poder, toda essa beleza, toda essa riqueza nunca dada, aguarda assim mesmo a hora inevitável: os caminhos da glória conduzem somente à sepultura". Assim é a situação deste mundo. Sabemos que vai acontecer e está acontecendo. Ficamos muito infelizes com essa situação mas a "hora inevitável" é assim mesmo.

Por isso, precisamos ficar atentos à imortalidade. E a imortalidade só existe dentro da Consciência de Krishna. As Escrituras dizem que não há outro dever a não ser pensar em Krishna, ouvir sobre Krishna. Obteremos morte ou felicidade, qualquer coisa. Pois, ainda que aqui tudo é natural, é muito temporário. Esta vida é incerta; não sabemos quando morreremos. Todo mundo está muito feliz com seu corpo, mas em um segundo, ele pode acabar. Tal é a nossa situação. Portanto, não dependeremos dessa situação material. Tentaremos buscar por Sri Krishna e pela imortalidade. Se conseguirmos essa conexão transcendental, não ficaremos perturbados diante de nenhuma circunstância. É muito claro para nós que um dia a morte chegará; eu não sei qual dia será esse. Sendo assim, devemos tentar obter uma solução imediata, e a solução está em conectar-se ao mundo transcendental.

De qualquer forma, ficaremos felizes com isso. Passamos por tantos nascimentos e tantas mortes anteriormente. Passamos por tantas espécies de vida devido a nosso karma, mas nesta vida tivemos a sorte de nascer num corpo humano. O corpo humano tem tantas boas qualidades e, se tentarmos, podemos nos realizar apropriadamente nele. Se tentarmos buscar por Sri Krishna, que é o reservatório de todos os relacionamentos belos, rasa, essa realização adequada nos concederá a imortalidade. Esse reino transcendental nos concederá a verdadeira felicidade.

Neste mundo material, podemos fazer qualquer coisa, mas para nós, isso é algo muito temporário. Esta situação atual é de cada vez mais provação, e essa provação se repetirá. Veremos tantos desastres como o caso atual (das torres gêmeas).

É por isso que, na medida do possível, devemos tomar cuidado com esta vida e tentar prosseguir no caminho transcendental. Esse caminho transcendental está presente nesta era na forma do maha-mantra Hare Krishna, sendo que é por seu intermédio que alcançamos a transcendência. Todos devem tentar aceitar o Santo Nome de Krishna e render-se a Krishna. Devemos tolerar qualquer circunstância que surja diante de nós. Não há outro caminho além da tolerância. Ficamos muitos tristes com essa situação mundial, mas nada podemos fazer, pois trata-se da Kali-yuga.

Nossas escrituras dizem:

harer nama harer nama, harer namaiva kevalam,
kalau nasty eva nasty eva, nasty eva gatir anyatha

"Nesta era de Kali, certamente não há outro processo de auto- realização a não ser o cantar dos nomes de Hari, não há outro meio, não há outro meio."

Assim, devemos tentar nos conectar com nossa vida eterna.

Meu inglês é fraco. O que posso dizer? Gostaria de poder dizer mais, mas mal consigo me expressar. Minha benevolência, minhas bênçãos e tudo de bom em favor de todos. Oro desse modo ao Senhor Krishna.

Jaya Srila Guru Maharaj!


fonte ;

http://www.scsmathbrasil.com.br/11desetembro.html


Atado pelo Afeto

Instruções Divinas de Nossos Mestres

Atado pelo Afeto

Por Sua Divina Graça Srila Bhakti Sundar Govinda
Dev-Goswami Maharaj


(Sua Divina Graça Srila Bhakti Sundar Govinda Dev-Goswami Maharaj reflete a respeito dos eventos que envolvem seus primeiros dias no Sri Chaitanya Saraswat Math aos pés de lótus de Seu Mestre Divino, Srila Bhakti Raksak Sridhar Dev-Goswami Maharaj. Ele contou a história 50 anos depois, aqui no Math, em Navadwip.)

Nasci na aldeia de Bamunpara, que era conhecida antigamente como Brahmanpara e a qual vocês visitaram recentemente. Estudei na escola do vilarejo e, mais tarde, fui à escola em Putsuri.

Naquela época, meu pai vendeu a propriedade de Bamunpara e comprou uma casa nova em Rangpur. Então, nos mudamos deste distrito para lá. Meu tio materno e sua família moravam em Rangpur. Eles eram muito ricos e convidaram meus pais a se estabelecer lá.

Era uma época em que a tensão política crescia até produzir a divisão inevitável entre a Índia e o Paquistão que acabou por acontecer em 1947. Quando meu pai morreu em Rangpur, minha família e eu retornamos à minha Bamunpara nativa.

Fiquei com a responsabilidade de suportar a família. Eu precisava receber algum treinamento em algum tipo de profissão. Portanto, fui para ser treinado em um pequeno hospital beneficente que combinava um dispensário e uma enfermaria. Não sei se ainda existe. Eram poucos médicos e enfermeiras —apenas um médico e uma enfermeira que davam atendimento, e eu.

Naquela época, existia uma lei não escrita de que, se você fosse treinado por um médico por cinco a dez anos, você era aceito como médico com todo direito de exercer a profissão. Por isso, eu ia diariamente a dois dispensários distantes dois quilômetros um do outro. Em cada um deles, eu abria o dispensário. Logo chegava alguém que fazia a limpeza e preparava o local para mais um dia de trabalho.

Depois que o médico chegava e começava a atender os pacientes, eu aproveitava a oportunidade para ir jogar futebol. Essa era minha rotina diária. Depois disso, às vezes, eu retornava ao hospital e, outras vezes, voltava para a aldeia de Nadanghat onde ficava na casa de um poderoso zamindar, um grande latifundiário e, consequentemente, muito rico. Ele e sua família gostavam de mim.

Tenho sorte de que, por toda parte, as pessoas gostavam de mim. Nadanghat fica a 12 km de Navadwip e a cerca de 15 km de Bamunpara. à noite, depois de jogar bola, eu relaxava com meus amigos e jantávamos, o que quase sempre incluía channa (ricota frita) e sak (espinafre). Então, retornávamos à mansão daquele zamindar para ler. Naqueles dias, eu lia romances, e muitas vezes, à noite, acabava dormindo na biblioteca.

Atraído pelos sadhus

Certo dia, chegou um grupo de quatro ou cinco sadhus do Sri Chaitanya Saraswat Math. Eu os vi pela primeira vez às 19h30. Eles cantavam kirttans e depois davam uma palestra sobre o "Srimad-Bhagavatam". Eu me senti atraído a eles. Um dos sadhus parecia ser especialmente exaltado. Ele tinha traços corpóreos muito santos. Quando o vi dando uma palestra sobre o "Srimad-Bhagavatam", ele me lembrou Srinivas Acharya palestrando na assembleia do Rei Birhambir.

Eu já tinha lido muita literatura Vaishnava e estava familiarizado com a história do Rei Birhambir. Antes de se tornar um discípulo de Srinivas Acharya, ele fora o chefe dos dacoits (bandidos). Vocês ouviram a respeito desses eventos? De qualquer modo, ao apresentar o seu discurso, aquele sadhu exaltado parecia-se muito a Srinivas Acharya.

Muitas pessoas vieram ouvir a sua palestra, talvez uma centena de pessoas. Entre os presentes, estavam três ou quatro zamindares meus conhecidos, todos eles dacoits. Mesmo que fossem dacoits, eu os considerava como se fossem meus avôs. Eu constantemente fazia troça deles e os provocava, e, algumas vezes, até mesmo os castigava muito, e eles gostavam de mim por isso. De certo modo, eles gostavam que eu os castigasse.

Ao ouvir a palestra revolucionária belamente apresentada por esse brahmachari, eu fiquei muito impressionado. Não era igual às palestras costumeiras apresentadas pelos "goswamis" errantes e, depois de ouvi-la, me sentia muito atraído. Assim, no dia seguinte, retornei.

Desde pequeno, eu tocava o tambor mridanga, e era muito bom cantor, pois tinha algum talento. Quando cheguei, eles cantavam "Vande guroh sri charanaravindam". Pedi que me deixassem participar tocando a mridanga. Eles ficaram surpresos com meu pedido, pois eu era apenas um menino aldeão. Eles me deram a mridanga e, quando eu toquei, eles ficaram impressionados.

Naquela época, eu era um cantor profissional, mas essa é outra história. Meu pai era muito famoso como cantor profissional de canções Vaishnavas, kirttans, etc. naquele distrito e em outros. Aprendi dele muitas canções. Ele morreu quando eu tinha catorze anos. Poucos sabiam que meu pai, por ser um cantor profissional que liderava um grande grupo de sankirttan, tinha de ser pago para manter o grupo. Ele cobrava 200 a 250 rúpias, o que era muito dinheiro naquela época.

A tristeza de meu tio

Certo dia, encontrei meu tio sentado na varanda, chorando. Ele era muito forte fisicamente e um lutador do tipo de arte marcial que usa um bastão. Na verdade, ele era um famoso lutador com bastão, e era muito inusitado vê-lo naquele estado. Ao vê-lo desse modo, perguntei por que chorava. Ele me respondeu que meu pai havia sido convidado para cantar numa apresentação particular, mas quem fizera o convite não sabia que ele já havia partido deste mundo. Isso comoveu o coração de meu tio e provocou a sua tristeza.

Meu tio disse que a pessoa voltaria para conversar sobre o evento mas que ele não conhecia ninguém que pudesse cantar no lugar de meu pai. Eu disse que havia uma solução, e que ele podia aceitar o convite. Ele pareceu surpreso e me perguntou: "Mas quem cantará as canções?" E eu respondi: "Eu posso cantá-las."

Meu tio nunca me ouvira cantar e quis saber como eu aprendera essas canções, já que na época eu era muito jovem para ouvir canções sobre os passatempos da madhurya-rasa (passatempos de amor conjugal) de Sri Sri Radha-Krishna.

Meu pai não me permitia cantar esses kirttans, pois ele pensava que, por ser muito jovem, eu era desqualificado para isso. Eu sequer tinha permissão de ouvir canções de um nível tão elevado. Contudo, eu me sentia muito atraído a elas. Portanto, sempre que meu pai cantava, eu o seguia e me escondia num arrozal próximo, de onde era capaz de ouvi-lo cantar as canções. Às vezes, ele precisava de um mês inteiro para cumprir todos os convites que recebia num único vilarejo.

Eu estava muito apegado às canções sobre Radha-Krishna. Na época, minha memória era muito pura e eu era capaz de memorizar cada canção que ele cantava. Também, meu pai dava aulas diárias a alguns estudantes, enquanto eu fingia estar lendo a uma certa distância. Mas, ao invés de ler, eu ouvia o que meu pai ensinava. Desse modo, tornei-me qualificado.

Expliquei isso a meu tio. Ele estava muito surpreso e me levou à sua casa para que eu cantasse uma canção "pesada". Eu a cantei do começo ao fim, e ele chorou mais uma vez e me abraçou. Ele sabia agora que poderia aceitar o convite e dizer que: "Sim, meu irmão não está mais neste mundo, mas o filho dele satisfará o compromisso."

O compromisso ficava num vilarejo muito longe —cerca de uns 30 km. Foi assim que teve lugar o meu primeiro compromisso como cantor profissional. Depois disso, viajei a muitas aldeias e cantei muitas canções. Desse modo, fui capaz de ganhar mais experiência e conhecimento.

Minha primeira associação

Depois de ter visto e ouvido os sadhus cantando, eu me senti naturalmente atraído e me juntei a eles. Eles estavam muito satisfeitos comigo. Eles falaram um pouco de Harikatha e me perguntaram porque eu jogava futebol. "Ao invés disso, venha conosco e conversaremos com você."

Até esse momento, eu nunca tinha me misturado a sadhus, mas senti a força de seu afeto e fiquei muito apegado a eles. Assim, parei de jogar futebol e comecei a andar com esses devotos. Esse foi o começo de minha associação com os sadhus.

Eles começaram a me ensinar que este corpo não é nada, que a mente não é nada, que este mundo não é nada, que seu pai não é nada, que sua mãe não é nada — que tudo é nada, somente Krishna é a realidade, e tudo o mais é material e temporário. Um dia, você morrerá, e deve estar preparado para esse momento. Quando se nasce, a morte tem de acontecer. Depois da morte, o que você fará? Você não sabe quando a morte virá nem para onde você irá. Na próxima vida, seu pai e sua mãe podem ser um cachorro e uma cadela — você não sabe quem se tornará seu próximo pai e sua próxima mãe. Eles ficaram pregando desse jeito.

Por ser um menino, eu era muito simples de coração e acreditei em tudo que os sadhus me disseram. Eles exerceram tamanha influência sobre mim! Eu perguntei brincando se eles me levariam com eles. E eles disseram: "Sim, levaríamos você conosco, mas, e você... você viria conosco?" E eu respondi que sim!

Depois de ter prometido ao sadhu que, "Sim, eu irei com vocês", tentei evitar que me levassem. Mas eles estavam ansiosos de me levar com eles. Eles imediatamente aceitaram o que eu tinha dito a eles.

Depois de meu repentino "Sim" e de ter concordado em ir com eles, eu fiquei muito perturbado. Eu nunca tinha mentido em minha vida. às vezes, eu penso que minha única boa qualidade era que eu nunca mentia. Qualquer promessa que eu fizesse, eu tinha de mantê-la, e eu tinha feito uma promessa diante dos sadhus.

Pertencendo a uma família Vaisnava e tendo lido muitos livros Vaisnavas, eu estava muito consciente da história de Nityananda Prabhu. Seu pai, devido ao poder de uma promessa, tinha dado seu filho a Madhavendra Puri. Eu conhecia essa história mas, mesmo assim, tentei encontrar um meio de evitar ter de cumprir a promessa que fizera aos sadhus.

Considerei que me sentiria aliviado se os sadhus me dissessem que não era necessário ir com eles. Mas eles não disseram que "Não, não é preciso vir conosco". Pelo contrário, eles estavam sempre fazendo uma "lavagem cerebral" em mim.

Todo dia, eu me aproximava dos sadhus, e eles faziam mais "lavagem cerebral" em mim. Eu retornava ao dispensário e depois ao hospital e então chorava. Pensava: "Oh, como é que abandonarei tudo aqui? Mas prometi aos sadhus que iria com eles. Como posso evitá-lo?"

Considerei o assunto de várias maneiras, mas, ao chegar perto dos sadhus, eu recebia mais força no sentido contrário e pensava: "Sim, tenho de ir!" Mas cada vez que retornava ao hospital, tentava imaginar um meio de dar um jeito nessa dificuldade. Eu tinha muitos compromissos.

Plano para alívio

De qualquer modo, finalmente me decidi por um plano que me daria ao menos uma oportunidade de evitar ter de ir embora com os sadhus. Eu pensei que, se modificasse a minha promessa e dissesse a eles que, "Sim, irei com vocês se me levarem hoje mesmo, mas não em outro dia", então eles não seriam capazes de me levar, porque no dia seguinte estariam realizando um grande festival na aldeia. Desse modo, eu seria liberto de qualquer compromisso. Eu esperava que sua resposta fosse: "Levaremos você amanhã." Eu então diria: "Não, amanhã eu não posso ir, tem de ser hoje." Esse era meu plano.

Eu era muito simples assim e me aproximei dos sadhus com minha declaração. Quando disse a eles que só poderia ir se fosse hoje mesmo, sua resposta foi bastante inesperada para mim. Eles ficaram muito felizes com minhas palavras e disseram: "Muito bom. Hoje à noite mesmo levaremos você!" Então, naquela noite, eles me roubaram.

Roubado para Krishna

Eram 2 horas da madrugada, e a jornada começou tendo de atravessar o rio em Nadanghat. Naquela hora da noite, não havia barco algum para nos fazer atravessar o rio, assim, guiado pelo sadhu Jayadwaita Brahmachari, tive de atravessar o rio a nado junto com ele.

Ele era discípulo de Prabhupada Srila Bhaktisiddhanta Saraswati Thakur e morava com Srila Guru Maharaj. Srila Guru Maharaj o enviara junto com outros sadhus para pregarem em Nadanghat.

Depois de algumas horas de caminhada, chegamos aos arredores da cidade de Navadwip e paramos. Perguntei ao sadhu Jayadwaita Prabhu: "Onde fica seu ashram?" Ele apontou para uma construção muito simples.

Naquela época, aqui no Math, existia apenas uma pequena construção de três cômodos. Eu fiquei um pouquinho desapontado. Durante a minha infância, tinha lido no "Mahabharata" e no "Ramayana" as descrições dos ashrams de Vasistha, de Visvamitra e de muitos outros. Conhecia essas descrições, mas este ashram não se assemelhava àqueles. Havia apenas uma construção, e eu estava um pouquinho desapontado.

O brahmachari explicou: "é uma construção pequena mas, dentro dela, mora um sadhu muito, mas muito grande."

Ao ver a construção, eu não fiquei muito feliz em meu coração. Mas já tinha largado a minha aldeia e não podia mais voltar atrás. Eu me havia comprometido... então, tinha de ficar.

Naquele momento, Srila Guru Maharaj caminhava na varanda, cantando em suas contas. Então, Jayadwaita Brahmachari Prabhu me mostrou: "Ele é nosso Guru. venha!"

Subimos até a varanda, e Jayadwaita Prabhu ofereceu suas reverências prostradas e me disse que fizesse o mesmo. Nesse momento, Srila Guru Maharaj perguntou: "Onde você encontrou este menino?" Jayadwaita Prabhu fez uma curta descrição do ocorrido e finalmente disse: "Foi desse modo que hoje este menino se juntou a seu ashram ". Srila Guru Maharaj respondeu que: "Ah, ele é um menino muito bom e muito inteligente."

Srila Guru Maharaj pensou que, "Se eu puder prepará-lo, esse menino será uma boa arma para nossa sociedade." Ele me perguntou: "Você pode ficar vivendo no ashram?" Eu estava surpreso e pensei, "Por que esse sadhu me pergunta se eu posso ficar? Vim para ficar e isso já é definitivo, então, porque ele me pergunta, 'Você pode ficar ou não?'" Na ocasião, eu não tinha idéia mas respondi: "Sim, eu posso ficar."

Primeiro jejum

Isso aconteceu no dia do aparecimento de Nrisimhadeva, um dia de jejum completo. Eu nunca jejuara antes. Desde que recebera formalmente a iniciação tradicional de brahmane, eu seguia o Ekadasi e nunca comia grãos naquele dia, mas jamais tinha jejuado. Ao invés de jejuar, nos dias de Ekadasi, costumávamos comer alu-dham (vegetal de batatas) e beber um pouco de receitas feitas de leite. Desse modo, respeitávamos o Ekadasi comendo preparações muito boas que tinham um gosto diferente.

Mas agora me diziam que: "É o Nrisimha Chaturdasi, você não terá nada para comer." Naquela época, eu não sabia nada sobre o Nrsimha Chaturdasi e, tendo caminhado a noite inteira, eu me sentia muito esfomeado. Aproximei-me de Jayadwaita Prabhu e disse a ele: "Ó Prabhu, estou faminto." Ele me respondeu dizendo: "Hoje é dia de jejum total." Perguntei: "Não posso comer nada?" Ele me disse que podia comer alguma fruta. Mas onde conseguiria encontrar uma? Apontei para um mamoeiro próximo e Jayadwaita Prabhu então me disse: "Sim, você pode comer um mamão. Mas deve dar a metade para a Deidade e o resto você pode comer".

Nessa noite, depois do Nrsimha-puja, eles me deram bastante alu-dam, e no dia seguinte houve um belo festival com muita Prasadam. Especialmente o paramanna (arroz doce) era realmente saboroso.

Dois dias depois, o resto do grupo de pregação retornou de Nadanghat, e parecia que agora eu já tinha muitos amigos. Srila Guru Maharaj tinha me examinado, e foi a minha boa fortuna que ele ficou muito atraído por mim. Ele procurava algum rapaz que pudesse vir a ser o futuro Guru de sua missão. Ele tinha uma fórmula: o rapaz em particular tinha de ser brâmane, inteligente etc., com o potencial para ser um guru.

Na época, Srila Guru Maharaj procurava alguém a quem pudesse preparar para continuar sua sucessão discipular. A me ver, ele me testou. Ele chamou Srila Krishnadas Babaji Maharaj e outros de seus amigos e pediu que eles também me testassem. Cada um deles apresentou um relatório muito positivo a meu respeito a Srila Guru Maharaj. Entre eles estava a irmã de Srila Guru Maharaj, Rama Didi. Srila Guru Maharaj também perguntou a ela: "Rama Didi, você vê este menino; no futuro ele será bom ou mau?" E Rama Didi respondeu: "Não posso predizer o futuro, mas agora ele me parece bom. Sim, eu penso que este menino é muito bom."

No começo, eu estava um pouquinho duvidoso se tinha feito a coisa certa ou não. Eu era apenas um rapaz e já tinha dado o passo de sair de minha casa e me juntar ao Math, mas isso na verdade foi feito por emoção e não por devoção. No começo, eu me sentia muito infeliz, mas, mais tarde, quando obtive a misericórdia de Srila Guru Maharaj, me tornei muito feliz.

De qualquer modo, depois de cerca de um mês, fomos com Srila Guru Maharaj ao Distrito de Midnapore. Em Midnapore, fica o Math de Sripad Jajavar Maharaj. Na época, Srila Guru Maharaj chegou a declarar que, se pudesse treinar este menino, ele se tornaria seu sucessor. Isso causou algum conflito com os brahmacharis do Math, até mesmo com aquele brahmachari que lera o "Bhagavatam" para mim, que antes gostara muito de mim e que me levou a pregar com ele tantas vezes.

Ao ouvir essa declaração de Srila Guru Maharaj, todos ficaram muito invejosos e, nesse dia, começou minha vida de conflitos. De Midnapore, Srila Guru Maharaj nos levou para Puri, para o Ratha Yatra. Faltavam quinze dias para o festival, e Srila Guru Maharaj nos mandou pregar no distrito de Ganjam.

Depois desse programa de pregação, um certo brahmachari não queria me levar a Puri para o Ratha Yatra. Srila Guru Maharaj ficou muito zangado e mandou um telegrama para que ele me levasse imediatamente para Puri. Na verdade, somente chegamos no dia em que tinha lugar o festival de Ratha Yatra, e Srila Guru Maharaj ralhou com aquele brahmachari: "Ele é um rapaz novo e nunca participou do Ratha Yatra antes. Por que você não queria dar-lhe a oportunidade de ver o Ratha Yatra?"

Desse modo, ele brigou pesadamente com o brahmachari. Naquela época, a norma do Math era que um recém-chegado tinha de morar no Math por no mínimo seis meses antes de ser considerado pronto para iniciação. Mas Srila Guru Maharaj quebrou a regra e me deu iniciação naquele mesmo dia do Ratha Yatra. Ele me chamou e disse: "Agora, vou iniciar você."

Houve alguma objeção do outro lado —não direta, mas indireta— mas Srila Guru Maharaj não deu atenção. Ele me deu a primeira iniciação em Puri Dham. Srila Guru Maharaj me disse: "Quando você cantar, cante atentamente e não fique pensando sobre o tempo gasto."

Dias ativos no Math

Eu passava o dia inteiro trabalhando. Tinha uma natureza muito inquieta e sentia que tinha de estar sempre fazendo algo. Não conseguia ficar em qualquer lugar sem estar trabalhando. Assim, trabalhava o dia inteiro. Sentia que precisava estar sempre ocupado.

Aqui no Math, se não houvesse o que fazer, eu subia no longo mastro da bandeira. Subia no mastro e descia para novamente subir. Eu fazia isso à tarde, enquanto os outros descansavam ou dormiam. Eu não descansava nessa hora. Outras vezes, trepava numa grande mangueira. No primeiro ano de minha vida no Math, as mangueiras estavam repletas de mangas, e eu subia ansiosamente nas árvores e comia mangas sentado nos galhos. Todos reclamavam de mim, mas eu não tinha medo, ou seja, eu era um menino aldeão —era destemido. E ainda sou destemido. Sinto que o Senhor Shiva está sempre comigo, me protegendo.

Quando eu era ainda mais jovem, costumava entrar na selva onde havia tigres, ursos e muitos outros animais perigosos, mas eu andava muito contente por essas florestas. Enquanto morei nos vilarejos, sempre senti que tinha esse tipo de proteção do Senhor Shiva. Ainda hoje, sinto sempre a proteção do Senhor Shiva; sinto que ele está sempre cuidando de seu próprio filho. Eu nasci por uma bênção do Senhor Shiva e, devido a essa oportunidade especial, sou uma pessoa destemida. Esse é o começo da história de minha vida.

Servo pessoal de Srila Guru Maharaj

Srila Guru Maharaj me fez seu servo pessoal. Eu fazia todo o seva pessoal de Guru Maharaj, e ele constantemente me ensinava muitas coisas. Passados cerca de seis meses, talvez um pouquinho menos, Srila Guru Maharaj fez os arranjos para que eu estudasse sânscrito diariamente com um pandita que vivia na cidade de Nabadwip.

Então, certo dia, encontrei meu tio caminhando na estrada. Ele me reconheceu. Ainda que naquela época eu era um brahmachari vestido de açafrão, ele logo me reconheceu. "Ah, aqui está você! Estivemos procurando você em vários lugares mas não pudemos encontrá-lo, e aqui está você em Nabadwip." Eu Respondi: "Sim, sim, aqui estou eu. Estou vivendo no Math. Por favor, venha ao Math. Por favor, por favor, venha! Eu moro lá." Mas, ele perguntou: "Onde é
seu Math?" E eu disse a verdade.

Isso foi um erro. Se eu tivesse mentido, eles não poderiam ter me achado, mas eu disse a verdade: "Estou morando no Sri Chaitanya Saraswat Math."

No dia seguinte, por volta das 10h30, eles chegaram. Eram doze gigantes e meu tio, acompanhados também por alguns panditas. Eles estavam em Nabadwip na ocasião. Quando chegaram, eu estava ocupado montando uma cerca na frente do Math. Eles me agarraram e tentaram me levar embora à força, dizendo, "Oh, eis o nosso menino". Eles tentavam me levar embora e eu gritava muito alto, "Oh,
eles estão me levando embora! Estão me levando!"

Foi uma graça que, naquele momento, apareceu um goala (leiteiro) bem grande que tinha muito respeito por Srila Guru Maharaj e costumava servi-lo também. Seu nome era Ashwini Ghosh. Eu apelei a ele: "Ashwini, eles estão me levando embora daqui!" E Ashwini veio e os interpelou: "Por que vocês estão levando este menino embora?" Eles responderam: "Este é nosso menino, por que não poderíamos levá-lo?" Então, Ashwini disse: "Se isso é verdade, vocês devem primeiramente ir até Maharaj e falar com ele, então poderão levar seu menino embora".

Eles notaram que o goala era muito forte e quase que certamente um dacoit (bandido). Muitos dos goalas naquela época eram dacoits. Especialmente nesta área, moravam muitas famílias de dacoits famosos, e todos sabiam disso. Assim, meu tio e seus amigos não puderam forçar a situação e tiveram de ir ter com Guru Maharaj e conversar com ele.

Srila Guru Maharaj disse: "Vocês somente poderão levar o menino embora se forem capazes de me derrotar no debate filosófico. Caso contrário, deixarão o menino aqui. Está certo?"

Estavam presentes talvez uns três eruditos em filosofia Vedanta, que se consideravam grandes eruditos. Eles pensaram: "Sim, não haverá qualquer problema", e concordaram. Eles retornaram no dia seguinte e foram derrotados com grande facilidade por Srila Guru Maharaj. Tentaram novamente por mais dois dias mas, toda vez, eles foram derrotados. Desse modo, não puderam me levar embora e tiveram de dar essa notícia à minha mãe. Então, minha mãe veio, e foi assim que aconteceram tantas coisas.

"Este menino será meu sucessor"

Na época, moravam no Math quatro ou cinco brahmacharis muito poderosos. Três eram particularmente qualificados e esperavam que um deles seria escolhido para ser o Acharya deste Math depois de Guru Maharaj. Mas, quando Srila Guru Maharaj declarou que "Este menino será meu sucessor", todos eles começaram a brigar comigo.

Na época, tínhamos uma filial em Calcutá na casa de Bhaktivedanta Swami Maharaj. Srila Swami Maharaj tinha dado dois quartos a Guru Maharaj para sua pregação. Ele foi a única pessoa capaz de inspirar Srila Guru Maharaj a sair de Nabadwip e ir a Calcutá.

Foram feitos arranjos por lá para que eu pudesse estudar gramática, Kavya, Vedanta, etc. com dois panditas. Todo dia, Swami Maharaj também me ensinava diretamente tantas coisas. Na verdade, Srila Guru Maharaj era meu professor, e sua erudição era incomparável.

Naquele ano, ficamos em Calcutá por três meses. Depois, fomos para Vrindavan por três meses e para outro local por mais três meses, viajando desse modo sempre para diferentes lugares. O tempo todo, meu professor principal
era Srila Guru Maharaj, mas, onde quer que chegássemos, Srila Guru Maharaj sempre conseguia algum outro professor para mim.

Em Vrindavan, meu professor era Visvambar Babaji Maharaj. Ele era um bom babaji... muito bom. Nem posso acreditar o quão bom ele era. Vinte anos depois, quando visitava Mathura, ouvi dizer que ele ainda estava vivo e fui visitá-lo. Ao me ver, Babaji Maharaj ofereceu-me reverências prostradas.

Que mais posso dizer? Eu estava surpreso e atônito vendo aquele que era um grande babaji fazer aquilo. Todos o respeitavam como sendo um babaji erudito e altamente qualificado. Eu lhe tinha oferecido minhas reverências de brahmachari por cortesia, mas ele me ofereceu reverências prostradas em troca, o que me surpreendeu.

Eu disse a ele: "Babaji, eu sou seu aluno e o senhor é meu professor. Por que o senhor fez isso? Sinto que é uma ofensa aceitar tais respeitos do senhor." Babaji Maharaj respondeu: "Oh, Baba! Ao ver você, senti que era Mahaprabhu que estava diante de mim, e prestei meus dandavats a Mahaprabhu. Você pode ser meu aluno, mas ver você me fez lembrar de Mahaprabhu, e eu não pude fazer nada além disso. Não foi para ofender você."

Eu vi quão humildes e tolerantes são todos os habitantes de Vraja-Dham. Eles toleram tanto, mas este babaji tinha uma mentalidade extremamente renunciada. Ainda que fosse um babaji sahajiya, meu sentimento era de oferecer-lhe minhas reverências. Naquele momento, a etiqueta regular havia sido temporariamente removida. De qualquer modo, somos seguidores de Srila Saraswati Thakura. O caminho daquele babaji era um pouco diferente, sem dúvidas, mas eu não sabia o quão qualificado ele era. Assim, prestei minhas reverências a ele. Desse modo, ofereci meus respeitos a esse babaji, mas fiquei muito surpreso de ver seu comportamento. Ele era meu professor e me reconheceu como seu jovem estudante de há vinte anos atrás.

Atado pelo afeto

Com o passar do tempo, Srila Guru Maharaj me oferecia cada vez mais de seu afeto. Na verdade, desde o início, eu ficara atado por seu afeto e não pela consciência de Krishna. Foi apenas seu afeto por mim e sua atenção que me deram uma super oportunidade de permanecer nesta linha da Consciência de Krishna.

Anteriormente, eu já sabia tanta coisa sobre Krishna, Mahaprabhu, Nityananda Prabhu e o Panchatattva, porque nascera numa família de brâmanes Vaishnavas onde sempre se falava e debatia a esse respeito. Eu já tinha uma boa base sobre a filosofia, mas essa não foi a causa de eu ter ficado no Math. A causa foi o afeto de meu Guru Maharaj.

Depois de entrar no ambiente da consciência de Krishna, foi Srila Guru Maharaj quem me deu inspiração, o que desde então tem sempre crescido e nunca diminui. Eu também recebi muita ajuda de seus Irmãos Espirituais. Eles foram sempre muito bons, oferecendo-me algum "alimento" substancial da concepção Krishna. Por isso, eu tenho a oportunidade de não criticar ou insultar a ninguém. Hoje, eu vejo tanto criticismo e insulto aos demais, mas Srila Guru Maharaj sempre elogiou outros Vaishnavas e nunca os criticou.

Para nossa proteção e orientação, às vezes, ele nos dava alguma informação a respeito deles, mas de modo muito honrado. Assim, a oportunidade de eu cometer qualquer ofensa aos Vaishnavas ficou muitíssimo reduzida.

Eu recebi muita ajuda de seus Irmãos e Irmãs Espirituais, e, de tempos em tempos, a irmã de Srila Bhaktisiddhanta Saraswati Thakur vinha se encontrar com Srila Guru Maharaj e ela também me oferecia suas bênçãos. Foi muito útil para mim que o olhar misericordioso de tantos cavalheiros e damas Vaishnavas recaiu sobre mim desde o começo de minha vida sob os pés de lótus de Srila Guru Maharaj aqui no Sri Chaitanya Saraswat Math.


fonte :

http://www.scsmathbrasil.com.br/atadopeloafeto.html
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Um Dia Muito Afortunado

Por Sua Divina Graça Srila Bhakti Sundar Govinda
Dev-Goswami Maharaj

Jaya Om Vishnupada Srila Bhakti Rakshak
Sridhar Dev-Goswami Maharaj ki jaya!
Jaya Bhagavan Sri Srila Bhakti Siddhanta
Saraswati Thakur ki jaya!
Jaya Prabhupad Srila A.C. Bhaktivedanta
Swami Maharaj ki jaya!
Jaya Giriraja Govardhan ki jaya!
Sriman Mahaprabhu ki jaya!
Rupanuga Guru-varga ki jaya!
Harinam sankirtan ki jaya!
Gaura premanandi hari hari bol!

Hoje é um feriado extremamente feliz para nós porque Sri Krishna Bhagavan fez o Seu aparecimento ontem à meia-noite aqui, e temos conosco tantos devotos celebrando este jubiloso dia em que o Senhor Krishna apareceu. Hoje também é o festival de Nanda Maharaj. Depois de muito tempo, Nanda Maharaj teve uma criança. E essa criança não foi uma criança comum. Nanda Maharaj ficou muito feliz e expressou seu coração realizando um grande festival, o que também fazemos aqui. Krishna é tão misericordioso com este mundo mundano, e, de tempos em tempos, Ele aparece para harmonizar tudo. Há mais de cinco mil anos atrás, Krishna apareceu aqui em Vraja Dham. Mas "Vraja Dham" significa junto com Sua própria morada. Este lugar é chamado Vraja Dham. Vraja Dham não significa somente a forma manifesta neste mundo material.

Srila Bhaktivinod Thakur disse que Krishna apareceu com Seus associados e com Sua própria morada neste mundo cheio de sujeiras e mundano. Aqui, Ele concedeu Sua misericórdia e exibiu Seus passatempos para as almas afortunadas, e elas se uniram aos passatempos de Sri Krishna. Esses passatempos são eternos e estão acontecendo eternamente até o presente.

A pessoa que é verdadeiramente devota do Senhor Krishna pode ver tudo. A pessoa que está vivendo aqui, se for muito afortunada e receber a Misericórdia Divina do Senhor Krishna, pode ver os passatempos do Senhor Krishna ainda acontecendo. Isso não ocorre somente em um brahmanda (universo). Brahmanda após brahmanda após brahmanda –dessa maneira Seus passatempos estão ocorrendo.

Todas as casas estavam cheias de glória com a lembrança do aparecimento de Krishna. E aqui, quase todo mundo está jejuando para honrar o Janmastami. Até mesmo os Vrajabasis estão observando este festival com jejum. Eu fico surpreso de ver como os menininhos e as menininhas também estão honrando Krishna dessa maneira. Começamos desde cedo de manhã com sankirtan e discursos sobre o Senhor Krishna.

Na época em que me uni a Srila Guru Maharaj, naquele ano, lembro que desde a manhã Guru Maharaj começou a ler o parayan do Chaitanya Charitamrita, indo até o capítulo do nascimento, o 13º capítulo, e continuou lendo depois disso. Fizemos algum grande sankirtan, apenas três ou quatro brahmacharis, mas foi muito glorioso e eu ainda lembro disso. Nesse dia, Guru Maharaj nos deu uma concepção refinada.

Na verdade, Krishna apareceu em duas formas. Uma é o Krishna de Yadukula e outro é o Svayam Bhagavan Krishna que é sempre brincalhão. Este é o Krishna que é a Realidade, o Belo, e Ele está vivendo sempre em Vrindavana Dham. Podemos sentir isso em nosso coração. Isso está se revelando no coração e podemos entender, podemos ver todos os passatempos do Senhor Krishna.

Ontem, cinco de nossos devotos chegaram da Rússia liderados por Jaganatha Vallabha Prabhu. Da Malásia, vieram doze devotos, e vários devotos chegaram de outros lugares. E de Utar Pradesh etc., muitos devotos se uniram a nós neste festival e sentem-se muito felizes de estar aqui no Srila Sridhar Swami Seva Ashram. À meia-noite, após o nascimento de Sri Krishna, fizeram o abhisek de Giriraj Govardhan, e todos estivemos presentes festejando o aparecimento do Senhor.De Vasudeva, Krishna se transferiu para o coração de Devaki, e de lá o Senhor Krishna fez o Seu aparecimento. Esse é o fato. O Senhor Krishna apareceu em Mathura em Sua forma de Narayana de quatro braços e disse a Vasudeva e a Devaki: "Em muitos nascimentos, Eu fui seu filho, e devido a seu desejo, neste nascimento estou aparecendo como filho de Devaki. Para sua satisfação, encontro-Me em Minha forma de Narayana, mas Eu sou Krishna."

Então, Krishna assumiu a forma de um bebê normal e ordenou a Vasudeva: "Leve-Me até Nandala onde nasceu uma menina que você trará consigo; pegue essa menina e deixe-Me no lugar dela em Nandala.

Passado algum tempo, Nanda Maharaj viu que Yasomati deu nascimento e desmaiou e que, naquele momento, ela havia tido um menino e uma menina. Esta concepção foi apresentada por nossos Goswamis. Depois de realizarem as Escrituras, depois de realizarem o carater do Senhor Krishna, eles ficaram muito seguros e também realizaram isso a partir de vários comentários do Srimad Bhagavatam.

Rupa Goswami Prabhu nos deu esta concepção de que eram dois Krishnas que se combinaram numa única forma e que apareceram pela primeira vez em Vrindavan; mas, quando foi necessário demolir a atividade demoníaca deste mundo um dos Krishnas saiu de Vrindavan. Mas o Krishna original, aquele que é o paramesha isvarah paramah krsnah sachchidananda-vigraha anadir adir govindah, permaneceu em Vrindavan.

Podemos ver como, desde esse momento em Vrindavan, por meio dos passatempos de Krishna, Mahaprabhu saboreou o coração e a áura de Radharani unido na saudade (união na separação). Para desfrutar desse passatempo, Krishna aparece como Gauranga Mahaprabhu. Esta história é apresentada por Rupa Goswami Prabhu, Svarupa Damodar Prabhu e também por outros devotos de Chaitanya Mahaprabhu.

Os devotos encontrarão o significado disso no Chaitanya Charitamrita. Assim, entenderão que Krishna brinca em Vrindavan com Sua flauta e com os gopas e gopis; Ele é a Suprema Personalidade de Deus. Brahma deu essa concepção no Srimad-Bhagavatam.

Aquele que nasceu de Nanda Maharaj é o pashupanpajaya Krishna. Essas palavras foram apresentadas por Rupa Goswami com muita fé, pois o Srimad Bhagavatam jamais mente. Cada palavra do Srimad-Bhagavatam é a forma do Senhor Krishna. Isso foi expresso no 12º Canto do Srimad-Bhagavatam. Cada Canto é a forma do corpo do Senhor Krishna.

Esta é a verdade dada por Rupa Goswami Prabhu, e disso podemos compreender que o lila de Vrindavana ocorre eternamente aqui, até o dia de hoje. Aquele que for um devoto verdadeiro poderá sentir…

Sentimentos estão ocorrendo dessa maneira. Como isso é possível, não podemos sequer imaginar com nosso cérebro microscópico. Mahaprabhu disse: "achintya beda abeda". O relacionamento entre nós e Krishna é achintya (inconcebível). Somente um devoto totalmente dedicado poderá senti-lo, mas não um devoto comum.

Rupa Goswami Prabhu disse que um devoto verdadeiro também não pode compreender. Somente quem for excepcional e estiver dotado de um humor devocional excepcional poderá entender isso. Estamos recebendo esta concepção: "vidantas te santah ksiti-virala-charah katipaye" (Sri Brahma Samhita). Eles também estão obtendo isso…

Então (nessa ocasião), na casa de todos existia algum altar, alguma foto do Senhor Krishna. As pessoas estão totalmente devotadas a Krishna; sabem que Krishna é a Suprema Personalidade de Deus e O adoram desse modo.

Estou aos pés de lótus de Giriraj Govardhan. Giriraj me deu esta oportunidade. Estou morando aqui este ano com os devotos. Antes, era minha vida prática vir todo ano.

Sinto-me sustentado pela vontade de Guru Maharaj; estou viajando de país a país. Um ano, comemoramos o Janmastami em Moscou, Rússia. Outro ano, foi na Itália. Este ano, voltei da Rússia, pois era meu desejo permanecer em Vrindavan até o final do Janmastami. Mas, depois de vir aqui, Govardhan me atraiu e me deu tanta facilidade para viver aqui com os devotos, que não consigo retornar a Vrindavana...

Rupa Goswami diz em um verso seu: "Onde está Radha-Kunda? Onde está Syama-Kunda? Onde está o Govinda-Kunda? Onde está Kusum Sarovara? Onde está o Manasi Ganga, etc.?"

Govardhan Giriraj veio da nossa terra e agora Giriraj tem uma casa boa, um bom Templo, e Giriraj está muito feliz conosco. Quando vim de Vrindavana, só desejava ficar uns três dias por aqui, mas a atração de Giriraj e Sua misericórdia me mantiveram aqui por quinze dias –assim, sou muito afortunado. E comigo estão Sripad Chidananda Prabhu e Sripad Jagannath Vallabha Prabhu, Sri Krishna Labanya Prabhu e Sri Sanjit Prabhu de Delhi com Mahesvari. Também a boa esposa de Jagannath Vallabha e muitos amigos de Krishna Ravana, e estamos festejando aqui o dia do sagrado aparecimento do Senhor Krishna. Isso é tão belo!

Ontem, instalamos o sino ressonante que veio da Rússia –um sino de 100kg– e que foi instalado por tantos devotos. Estamos fazendo soar esse sino na hora do aparecimento, e estamos realizando um sankirtan, um grande sankirtan.

Hoje é o dia do festival de Nanda Maharaj. Nanda Maharaj deu tantas oferendas, e as pessoas também estão fazendo suas oferendas a Krishna em Sua casa… O caminho até a casa de Nanda Maharaj encontra-se povoado por um grande festival, e estamos lembrando disso e realizando esse grande festival hoje em Govardhan, no Srila Sridhar Swami Seva Ashram.

Paralelo a isso, hoje também é um dia muito afortunado para este mundo, pois a concepção e a verdade de Krishna saiu da Índia para serem difundidas pelo mundo todo. Hoje é o dia do aparecimento de Prabhupad A.C. Bhaktivedanta Swami. Sem dúvida, em Vrindavana, estão realizando um enorme festival. Nos sentimos tão endividados a Prabhupad Srila A.C. Bhaktivedanta Swami, pois ele criou um grande túnel para demolir o mundo egoísta. Uma montanha… ele demoliu uma montanha de ego com seu poder e obtivemos um excelente canal para entrar no Ocidente. Agora, tantos Maths estão entrando nesse mundo. Eu não sei o quanto eles estão lembrando dele, mas em meu coração e alma eu posso dizer que ele é o melhor amigo de meu Guru Maharaj. Ele é… e ele mesmo disse que: "Srila Sridhar Maharaj é meu shiksha guru (mestre espiritual instrutor) e ele é adorável igual a Krishna e a Mahaprabhu". Krishna foi tão misericordioso com ele pois deu-lhe a associação de Srila Guru Maharaj.

Eu fui afortunado de obter a associação de Sua Divina Graça Srila Prabhupad em sua vida espiritual. Estou recordando os passatempos de Srila Prabhupad, e até hoje as suas glórias florescem por todo o mundo e trazem júbilo aos corações de todos com o mahamantra Hare Krishna. Estamos tomando seus remanentes e indo por toda parte, obtendo uma partilha desse júbilo.

Eu estava surpreso; acabo de chegar da Rússia e nossa pregação foi tão gloriosa por lá. Não podemos conceber o quão gloriosa foi, mas aconteceu. E Sri Sri Guru Gauranga Radha Madhava apareceram na Rússia, em nosso Math –esse era o desejo de Prabhupad e de Srila Guru Maharaj. Seu primeiro aparecimento foi lá em Seu local próprio, e isso nos beneficiou.

Nosso Vijay Raman Prabhu é o comandante do Math lá. Ele está fazendo tudo dia e noite servindo com toda sua família– filho, neto, nora, esposa e todos. Ele deu a liderança suprema a Jagannath Vallabha, seu filho. Somos muito afortunados que tivemos a oportunidade de pregar na Rússia. Agora, milhares de devotos na Rússia estão glorificando nosso Srila Guru Maharaj, Srila Prabhupad e ao Senhor Sri Krishna e cantando o Santo Nome do Senhor. Eles são Vaishnavas muito simples de coração. Na realidade, foram muito afortunados; a atmosfera ateísta os deixou muito secos e, por isso, eles têm tanto anseio pelo néctar. Quando receberam esse néctar e caíram no oceano nectáreo, eles se sentiram tão felizes. Este ano vimos isso. Estamos atônitos. Somos muito gratos a eles ao ver seu espírito devocional.Estamos comemorando o dia do aparecimento de Swami Maharaj aqui com tantos devotos. Também virão os aldeões de Govardhan. Cada Math realizará muitos memoriais... Estamos adorando esse dia.

fonte :
http://www.scsmathbrasil.com.br/umdiamuitoafortunado.html